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Língua Portuguesa
Língua Portuguesa

Considerações Iniciais

 

A

 produção textual é inerente ao ser humano e, na vida acadêmica, tem especial importância, pois é nessa fase dos estudos que os alunos são levados a produzir textos escritos mais longos, mais variados (resumos, resenhas, sinopses, monografia, fichamento, etc.) e para os mais diversos propósitos. Esses textos serão tão melhores quanto melhor for a nossa capacidade de redigi-los.

Além das dificuldades originadas pelo desafio de ter que produzir textos diferenciados, os alunos se deparam com problemas antigos “mal resolvidos”: vêem suscitar as dúvidas de ortografia, concordância nominal e verbal, acentuação, coesão, coerência, etc., o que torna ainda mais complicada a produção textual que precisam desenvolver.

            O objetivo deste material não é esgotar o assunto acerca de tais questões – o que não poderia ser feito em pouco tempo – mas proporcionar ao aluno reflexões e conhecimento suficientes para se comunicar de maneira clara, objetiva e coerente, de modo que sua produção textual se torne fluente e, não, empecilho durante suas atividades.

            Para se alcançar esse objetivo são necessárias técnica e prática. Portanto, “Mãos à obra!!!”. Vamos entrar no mundo da produção textual, sem traumas e sem preconceitos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1. O TEXTO

"Um texto é uma ocorrência lingüística, escrita ou falada, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. É uma unidade de linguagem em uso." (COSTA VAL, 1991).

 

            O texto escrito surgiu ante a necessidade humana de registrar fala, uma vez ela é momentânea e facilmente esquecida com o tempo.

            Segundo Vygotsky, a escrita é um sistema simbólico de segunda ordem, que existe para registrar os sons e as palavras da linguagem falada. Esta, por preceder a escrita, é conhecida tida por sistema simbólico de primeira ordem.

            A linguagem falada e a escrita compõem o que chamamos de linguagem verbal, que se contrapõe à linguagem não verbal. Enquanto aquela é caracterizada pela presença de palavras (faladas ou escritas) esta é caracterizada pela ausência.

            Poderiam ser citadas muitas definições para texto; contudo, o que nos importa, neste momento, é saber que ele não é um amontoado de palavras ou de frases, mas que é uma estrutura sócio-comunicativa com finalidade social. Para que não tenha sua finalidade comprometida, é necessário que o texto seja coerente (tenha sentido/nexo) e, para tanto, é muito importante que o produtor textual saiba quem é o seu receptor para que, a partir desse conhecimento, produza um texto adequado.

            Como foi dito na citação que abre este assunto, texto é uma ocorrência sócio-comunicativa – e de qualquer extensão. Por isso podemos diferenciar textos muito pequenos – de apenas uma palavra como, por exemplo, “socorro”, como textos muito extensos, a exemplo de livros técnicos, formados por vários capítulos. Da mesma forma, notamos que entre esses textos há uma espécie de padronização que os caracteriza em grupos diferentes. Em outras palavras, existem textos diferenciados e com suas próprias características para cada tipo de interação comunicativa: uma receita culinária, por exemplo, tem sua formatação mais ou menos padronizada, a qual é diferente da formatação de uma bula de remédio. Um texto esportivo – de futebol – por exemplo, diferencia-se desses dois e, por sua vez é diferente do texto que enviamos e recebemos via telefone celular.

            Independente do tipo de texto, suas partes devem se relacionar de modo que, como um todo, esse texto tenha unidade semântica, isto é, tenha sentido/nexo, seja coerente. Por este motivo, é desaconselhado buscarmos entendimento de um texto a partir de uma frase analisada isoladamente, pois essa análise poderá ser distorcida. Observemos a conversa entre dois interlocutores:

(1) – Que cotação você daria ao governo éfe agá depois de um mês?

(2) – Dez.       

(3) –  ... quilômetros por hora.       

                                                                       (Zero Hora. Segundo caderno, 13/02/1995).

 

Reflexão:

- Por que a leitura de (2), isoladamente, leva o leitor a entender que está sendo feito um elogio?

- Por que (3) desfaz a idéia de elogio contida em (2)?

 

2. FRASE

            A frase é todo enunciado capaz de estabelecer comunicação. Pode ser a menor unidade constitutiva de um texto. Pode ou não ser formada com verbo.

2.1 FRASE NOMINAL

             A frase nominal é constituída apenas por nomes.

Exemplos:       Diretas já!

                        E o vento levou.

                        Cada louco com a sua mania.

                        Casa de ferreiro, espeto de pau.

2.2 FRASE VERBAL

            A frase verbal é constituída por verbo.

Exemplos:       Cheguei!!!

                        Quem é você?

                        “Os seus problemas acabaram!”

 

3. ORAÇÃO

            Oração é a frase verbal.

 

4. PERÍODO

            O período é dito simples quando constituído de uma oração e composto quando for constituído de mais de uma oração.

Exemplo:

Não gostei do resultado da natação.                         Período simples.

É necessário que aprendamos informática.               Período composto.

5. ORDEM DIRETA E ORDEM INVERSA DE UMA ORAÇÃO

            Normalmente, as orações obedecem a uma ordem direta de estruturação (sujeito + verbo + complementos + adjuntos). A inversão da ordem direta deve ser cuidadosamente elaborada a fim de não causar dificuldade de entendimento.

            Essa inversão é feita quando o locutor deseja falar de algo que não seja o sujeito da frase. Assim, a locutora que diz “Eu e meu esposo adoramos aquele filme de Fernanda Montenegro”, dá ênfase diferenciada de outra locutora que diz “Aquele filme de Fernanda Montenegro eu e meu esposo adoramos.” A primeira construção enfatiza a mulher e seu esposo; a segunda, “Aquele filme de Fernanda Montenegro”.

            Outro exemplo: vejamos a frase “Naquela mesa está faltando ele”. O sujeito ‘ele’ aparece no final da frase, entretanto o autor aí quer falar da mesa, quer enfatizá-la, e não o sujeito (a pessoa que está ausente = ele).

            A inversão da ordem direta de estruturação das frases é um recurso muito usado e acaba por caracterizar o estilo de quem a constrói. Não é um recurso novo, mas usado desde muitos séculos atrás.

Exercício: Coloque na ordem direta a frase: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico um brado retumbante”

 

6. O PARÁGRAFO

O parágrafo é um recurso visual usado para assinalar a divisão de um texto escrito. Na página escrita, seu início é indicado por um afastamento da margem esquerda da folha em sua primeira linha.

Sua função é mostrar que as frases nele contidas mantêm maior relação de sentido (“idéias”) entre si do que com o restante do texto. Pode ser estruturado de diferentes maneiras, dependendo da natureza e da complexidade do assunto, do gênero de composição, do propósito, das idiossincrasias, da competência do autor e deve levar em conta o tipo de leitor a que se destina o texto.

O parágrafo tem que ser uma unidade de composição ampla o bastante para conter um processo completo de raciocínio; ao mesmo tempo, deve ser curto o suficiente para permitir a análise dos seus componentes. Admite-se que as idéias mais complexas possam ser desdobradas em mais de um parágrafo.

A introdução de um texto escrito mais longo é produzida em um ou dois parágrafos iniciais, nos quais a idéia central é apresentada. Após a introdução, vem o desenvolvimento, onde há o aprofundamento da idéia central em tantos parágrafos quanto longo(s) for(em) o(s) assunto(s) a ser(em) abordado(s). O último parágrafo (ou os dois últimos) fica(m) reservado(s) para o desfecho do assunto abordado.

Essa estrutura também deve ser seguida nos textos de maior porte. Assim, cada capítulo também deve ser dividido em parágrafos, organizados com introdução, desenvolvimento e desfecho.

 

7. LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA

A linguagem verbal possui as modalidades escrita e falada (oral); esta é de mais fácil emprego pelo usuário da língua, pois é natural, mais fluente e dispensa elaboração criteriosa. As principais diferenças entre elas são:

Fala

Escrita

As mudanças acontecem mais rapidamente.

As mudanças demoram mais para acontecer.

É momentânea. A interação somente é obtida “aqui e agora.”

Duradoura (permite interação através do tempo)

Aprendizado no convívio familiar

Aprendizado mediante treinamento específico

Difícil possibilidade de planejamento verbal

Possibilidade de planejamento verbal

Bastante repetitiva

Pouco repetitiva

Uso de recursos extralingüísticos: gestos, mímicas, modulação de voz.

Uso de sinais de pontuação

Tendência para o diálogo

Tendência para o monólogo

Interação direta entre interlocutores

Produção individual, sem interlocutores.

 

Outro aspecto a ser observado é que existem graus de formalismo diferentes, os quais vão requerer diferentes graus de elaboração textual. Um dos principais problemas encontrados nos textos escritos é a presença de elementos característicos da linguagem oral (oralidade) em textos que requerem maior formalidade. Por este motivo, é necessário que o produtor textual tenha cuidado de produzir seu texto de acordo com o grau de formalidade exigido. Por isso, por exemplo, entende-se adequada a presença de oralidade num bilhete mas desaconselha-se sua presença num requerimento para uma autoridade pública.

A seguir, resumidamente, os graus de formalismo da língua:

 

 

Modalidade falada

Modalidade escrita

Oratório

Hiperformal

Formal

Formal

Coloquial

Semiformal

Casual

Informal

Familiar

Pessoal

 

Linguagem não verbal

            É a que se utiliza de figuras, ícones, gestos, mímicas, etc. para comunicar seus textos. Em muitos casos, depende de convenções predeterminadas.

Ex. placas de trânsito, convenções cartográficas, etc.

 

Cuidado para não confundir! Observe o esquema geral:

 

 
   

 

Comunicação                                Linguagem

 

 
   

 

Linguagem                           Texto verbal ou não verbal

 

 
   

 

Texto verbal                          Modalidades: oral ou escrita

 

 
   

 

Modalidades oral ou escrita                          Graus de formalismo

 

8. LEITURA

(ILARI, R & GERALDI, J.W. Semântica. SP: Ática, 2006.)

            Um texto pode trazer mais informações do que as enunciadas explicitamente. Isso acontece porque há informações que ficam subentendidas ou pressupostas.

            Muitos textos são construídos com a intenção de falar não o que está explicito, mas o que é depreendido e, portanto, é requisito a um bom leitor ir além das “entrelinhas” de um texto, capturando informações pressupostas e subentendidas.

Pressupostos são aquelas idéias não explícitas, mas perceptíveis por meio de certas palavras ou expressões contidas na frase.

Se um locutor diz “Adriana casou de novo”, é explícita a ação do casamento de Adriana e é pressuposto que ela já fora casada, por causa do uso da expressão “de novo”. Os pressupostos são marcados nas frases por meio de vários indicadores lingüísticos: advérbios, verbos, orações adjetivas, adjetivos.

Cabe dizer que as informações explícitas são construídas a partir de pressuposto tido por verdadeiro. Neste caso, autor e interlocutor compartilham das mesmas informações explícitas e implícitas. Porém se um pressuposto for reputado por falso, a construção explícita não terá cabimento.

Ex. Se na frase anterior “Adriana casou de novo” o interlocutor respondesse “Mas Adriana nunca foi casada.”, a frase perderia o sentido e não constituiria mais tema de diálogo, talvez de discussão sobre um anterior casamento de Adriana. Portanto, “A negociação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate.”

 

         “Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma afirmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: “Você tem fogo?” Acharia muito estranho se você dissesse “tenho” e não lhe acendesse o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se ”acenda-me o cigarro, por favor.””

 

Atividade: à luz dos pressupostos e subentendidos, analisar o período composto:

“Há pessoas que eu nunca vi; há outras que eu nunca verei; e há outras que nunca mais verei.”

 

9. PRODUÇÃO TEXTUAL E LEITURA

A produção textual e a leitura estão intrinsecamente ligadas. A existência de um texto pressupõe as existências de um escritor e de, pelo menos, um leitor, pois ninguém escreve “por nada” e “para nada”.

O texto é o meio pelo qual o leitor e o escritor “dialogam” e

O leque de objetivos e finalidades que faz com que o leitor se situe perante um texto é amplo e variado: devanear, preencher um momento de lazer e desfrutar; procurar uma informação concreta; seguir uma pauta ou instruções para realizar uma determinada atividade (cozinhar, conhecer as regras de um jogo); informar-se sobre um determinado fato [...]” (SOLÉ, 1998).

 

Convém que os textos sejam coerentes e que os leitores sejam ativos, dispostos a cooperarem para o entendimento, muitas vezes, não do que está escrito, mas do que se tenta dizer através do texto. “A leitura do mundo precede a leitura da palavra” (Paulo Freire)

Depreende-se que o ato de ler envolve:

- disposição do leitor;

- conhecimento de mundo e conhecimento lingüístico;

- ativação de pressupostos de subentendidos;

10. COESÃO TEXTUAL

            “Quando lemos com atenção um texto bem construído, não nos perdemos por entre os enunciados que o constituem, nem perdemos a noção de conjunto. Com efeito, é possível perceber a conexão existente entre os vários segmentos de um texto e compreender que todos estão interligados entre si.

            A essa conexão interna entre os vários enunciados presentes no texto dá-se o nome de coesão. Diz-se, pois, que um texto tem coesão quando seus vários enunciados estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles.

            A coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados obviamente não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles. Essas relações de sentido são manifestadas, sobretudo por certa categoria de palavras, as quais são chamadas conectivos ou elementos de coesão. Sua função no texto é exatamente a de pôr em evidência as várias relações de sentido que existem entre os enunciados.

            O uso adequado desses elementos de coesão confere unidade ao texto e contribui consideravelmente para a expressão clara das idéias. O uso inadequado sempre tem efeitos perturbadores, tornando certas passagens incompreensíveis.

            Consideramos como elementos de coesão todas as palavras ou expressões que servem para estabelecer elos, para criar relações entre segmentos do discurso tais como: então, portanto, já que, com efeito, porque, ora, mas, assim, daí, aí, dessa forma, isto é, embora e tantas outras. O que se coloca como mais importante no uso desses elementos de coesão é que cada um deles tem um valor típico. Além de ligarem partes do discurso, estabelecem entre elas um certo tipo de relação semântica: causa, finalidade, conclusão, contradição, condição, etc. Dessa forma, cada elemento de coesão manifesta um tipo de relação distinta. Ao escrever, deve-se ter o cuidado de usar o elemento apropriado para exprimir o tipo de relação que se quer estabelecer.”

(PLATÃO & FIORIN, 2006)

 

            Outra característica dos recursos coesivos é que eles são utilizados com finalidade de promover a progressão de um texto. Esse movimento do texto pode ser obtido por retomada de termos já citados ou antecipação/anúncio de termos ainda não citados.

            O uso de sinônimos e de palavras de um mesmo campo semântico permite a progressão do texto e evita a repetição desnecessária.

Exemplo 1: Polícia apreende maconha no carro de Caco Ciocler. Ator diz que trouxinha era do amigo. (www.globo.com, em 08/01/2007)

Os recursos coesivos “Ator” e “Trouxinha” retomam respectivamente, “Caco Ciocler” e “maconha”.

Exemplo 2:

“Jesus, pois, estendendo a mão, tocou-o dizendo: quero, sê limpo”. (Mateus 8.3)

Dizendo”: recurso coesivo que antecipa algo a ser dito: a oração “quero, sê limpo”.

Exemplo 3:     A estação estava apinhada de gente. Trens chegavam e partiam de instante em instante. Carregadores com carrinhos cheios de malas tropeçavam uns nos outros. O silvo dos apitos e o burburinho dos viajantes eram ensurdecedores. Como poderia encontrar ali a moça recém-chegada que eu deveria conduzir à estalagem? (KOCH, 2004)

 

            Contudo, os elementos coesivos não são imprescindíveis para que um texto seja texto. Observemos as citações:

Existem textos destituídos de recursos coesivos, mas em que a continuidade se dá ao nível do sentido e não ao nível das relações entre os constituintes lingüísticos. Por outro lado, há textos em que ocorre um seqüenciamento coesivo de fatos isolados que permanecem isolados, e com isto não tem condição de formar textura. (KOCH, 2004. p 17)

 

Embora seja um princípio constitutivo do texto, a coesão não é nem suficiente nem necessária para a textualidade” (MARCUSCHI, 1983)

 

Exemplo 4:     Olhar fito no horizonte.

Apenas o mar imenso.

Nenhum sinal de vida humana.

Tentativa desesperada de recordar alguma coisa.

Nada.

(texto sem recursos coesivos, mas com nexo.)

 

Exemplo 5:     O dia está bonito, contudo faz muito sol.

(recursos coesivos empregado incorretamente)

 

Cabe, portanto, ao produtor de textos saber que, recorrendo a recursos coesivos, deve empregá-los de maneira adequada, a fim de proporcionar ao texto uma organização compacta, na qual suas partes estejam muito bem articuladas entre si, seja no plano das palavras e sentenças, seja no plano dos parágrafos.

 

 

11. COERÊNCIA TEXTUAL

            A coerência textual, “responsável pela continuidade dos sentidos no texto se apresenta o como resultado de uma complexa rede de fatores de ordem lingüística, cognitiva e interacional.” (KOCH, 2004).

            O leitor ou ouvinte do texto tem papel decisivo no estabelecimento da coerência, pois “ativa o conhecimento de mundo arquivado na sua memória, trazendo à tona conhecimentos pertinentes à construção do que podemos chamar de ‘mundo textual’”. (KOCH & TRAVAGLIA, 2003).

Mais uma palavra acerca de coerência, desta vez pelos mestres Platão & Fiorin, 2006:

            “Coerência deve ser entendida como unidade do texto. Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira complementar de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo. No texto coerente, não há nenhuma parte que não se solidarize com as demais.

11.1 COERÊNCIA NARRATIVA:

            É incoerente narrar uma história em que alguém está descendo uma ladeira num carro sem freios, que pára imediatamente, depois de ser brecado, quando uma criança lhe corta a frente.

            É possível utilizar a incoerência narrativa para mostrar a dupla face de um mesmo personagem, mas esse expediente precisa ficar esclarecido de algum modo no decorrer do texto.

11.2 COERÊNCIA FIGURATIVA:

            Por coerência figurativa entende-se a articulação harmônica das figuras do texto, com base na relação de significado que mantêm entre si. As várias figuras que ocorrem num texto devem se articular-se de maneira coerente para constituir um único bloco temático. A ruptura dessa coerência pode produzir efeitos desconcertantes. Todas as figuras que pertencem ao mesmo tema devem pertencer ao mesmo universo de significado.

            Um último exemplo. Suponhamos que se queira mostrar a vida no Pólo Norte. Podem-se para isso usar figuras como “neve”, “pessoas vestidas com roupas de pele”, “renas”, “trenós”. Não se podem, porém, utilizar figuras como “palmeiras”, “cactos”, “camelos”, “estradas poeirentas”.

11.3 COERÊNCIA ARGUMENTATIVA:

            Quando se defende o ponto de vista de que o homem deve buscar o amor e a amizade, não se deve dizer em seguida que não se deve confiar em ninguém e que por isso é melhor viver isolado.”

            É pela coerência que o texto ganha uma única direção, um único sentido, não permitindo mais de um entendimento, nem falsos entendimentos. O texto segue para um mesmo ponto, do início ao fim, sem desvios prejudiciais a sua compreensão.

 

Exemplo:        Sou assinante da Super desde 1989 e eu só tenho elogios. Parabéns! Acho o nível da revista ótimo. Mas me decepcionei um pouco com a reportagem Buda: a fascinante história do homem que criou uma religião. Sou católico fervoroso e praticante e não posso conceber que a revista induza seus leitores a acreditar que uma entidade como o Buda possa ser vista como um ser superior, tão divino quanto aquele que foi capaz de derramar seu sangue por todos nós.

(João Gustavo. Maringá/PR. Superinteressante 20/01/2004)

            - O texto acima apresenta problema de coerência. O seu autor diz somente ter elogios a fazer mas, em seguida, critica “Mas me decepcionei um pouco com a reportagem...”. e, mais do que criticar, ele mostra certo grau de indignação: “não posso conceber...”.

 

12. AMBIGÜIDADE

Ambíguo: adj. 1 que se pode tomar em mais de um sentido; equívoco (Aurélio, 2000)

Ambigüidade: duplicidade de sentido, quer seja de razão lexical ou estrutural (ILARI & GERALDI, 2006).

Ex: “O cadáver foi encontrado perto do banco”. (razão lexical)

Ex: “Pedro beijou sua mulher e José fez o mesmo.” (razão estrutural)

 

12.1. AMBIGÜIDADE COMO RECURSO DE PRODUÇÃO DE SENTIDO: é produzida intencionalmente, para a obtenção de determinado efeito lingüístico.

Exemplo:        A linha Volkswagen 97 saiu com até 16% de aumento.

(Calma, é na potência do motor)

 

            Ao ler a parte destacada do anúncio, o primeiro pensamento do usuário da língua o leva a relacionar os 16% de aumento ao preço do automóvel. Esse primeiro raciocínio é desfeito com a leitura final da mensagem.

 

12.2. AMBIGÜIDADE PROBLEMÁTICA: Não é criada intencionalmente; muitas vezes influenciada pela oralidade; dificulta o entendimento da mensagem.

 

Exemplo:

            “A talentosa atriz confirmou esta semana ser portadora do vírus HIV, tomando remédios que retardam o efeito da doença; ela diz que contraiu o vírus através de uma transfusão, em uma entrevista coletiva.”

            Fiorin diz que “O que está literalmente afirmado é que a atriz contraiu o vírus HIV em uma transfusão realizada durante uma entrevista coletiva, o que constitui logicamente um absurdo”. Resgatando a importância do papel do leitor no processo de leitura, acrescenta: “Pelo fato de ser absurda a interpretação, os leitores são capazes de eliminá-la rapidamente em favor da interpretação pretendida pelo autor do texto”.

 

13. FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Somente há comunicação quando alguém transmite uma mensagem e esta pode ser entendida por quem a recebe. Não é raro, durante uma conversa, um dos interlocutores interromper a fala do outro com uma expressão como “desculpa, mas não entendi o que você quis dizer” ou, simplesmente, “não entendi”. Essas expressões mostram claramente que, nesse momento não houve comunicação e faz-se necessário restabelecê-la por meio de uma explicação ou um esclarecimento.

A transmissão de uma mensagem e recepção de uma mensagem envolve a atuação de seis elementos de comunicação.

13.1 ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO

13.1.1 EMISSOR OU DESTINADOR: responsável pela transmissão de uma mensagem.

13.1.2 RECEPTOR OU DESTINATÁRIO: quem recebe uma mensagem.

Note-se que o fato de receber a mensagem não implica, necessariamente, que a mesma pôde ser compreendida.

13.1.3 MENSAGEM: é tudo aquilo que o emissor transmite ao receptor; é o objeto da comunicação.

13.1.4 CANAL: é o meio físico, o veículo através do qual a mensagem é levada do emissor ao receptor. Toda mensagem é transmitida através de um canal de comunicação, que pode ser sonoro ou visual.

13.1.5 CÓDIGO: conjunto de signos e suas regras de comunicação. Cada tipo de comunicação tem seu código próprio: comunicações verbais e comunicações não verbais, evidentemente, utilizam códigos diferentes, específicos a cada situação comunicativa. O código também variará de acordo com o meio onde emissor e receptor estão contextualizados. Assim, por exemplo, o código usado pelos economistas pode apresentar diferenças em relação ao código utilizado por policiais, e assim por diante.

13.1.6 REFERENTE: é o assunto da comunicação, o conteúdo da mensagem.

A comunicação só se realiza quando todos os seus elementos funcionam adequadamente. Se o receptor não capta ou não compreende a mensagem, não pode haver comunicação. Qualquer problema com o canal impedirá que a mensagem chegue ao receptor; neste caso, não há comunicação, e sim “ruído”. Entende-se por ruído qualquer obstáculo à comunicação. O papel do código é de suma importância, pois o emissor e receptor devem possuir pleno conhecimento do código utilizado para que a comunicação se realize; caso contrário, a comunicação será apenas parcial ou nula. (ANDRADE e HENRIQUES, 1996)

 

            A comunicação tem sempre um propósito e estará organizada em torno de um dos seis elementos da comunicação, supracitados. De acordo com essa organização, a linguagem desempenhará uma das seguintes funções:

 

13.2 FUNÇÕES DA LINGUAGEM

13.2.1 FUNÇÃO EMOTIVA: é a que enfatiza as emoções, sensações, opiniões e reflexões do emissor.

13.2.2 FUNÇÃO FÁTICA: é a que prepara e estabelece e mantém a comunicação.

13.2.3 FUNÇÃO METALINGÜÍSTICA: é centrada no próprio código; é a linguagem que fala da própria linguagem, dando explicações e definições.

13.2.4 FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA: tenta persuadir, influenciar, convencer ou mudar o comportamento do receptor.

13.2.5 FUNÇÃO POÉTICA: enfatiza a forma e a beleza de construção da própria mensagem.

13.2.6 FUNÇÃO REFERENCIAL

            É importante lembrar que, dificilmente, uma mensagem será composta de apenas uma dessas funções. O que comumente ocorre é a co-existência de duas ou mais funções, com a predominância de uma delas.

 

14. TIPOS DE TEXTO

14.1. TEXTO DESCRITIVO

Texto descritivo “é o tipo de texto em que se relatam características de uma pessoa, de um objeto ou de uma situação qualquer, inscritos num certo momento estático do tempo [...] o fundamental da descrição é que não haja progressão temporal.” (PLATÃO & FIORIN, 2003, pp 297-298)

Exemplo:

1) “Ele era ruivo, de belos olhos e de gentil aspecto”. (1 Samuel.16.12)

2) Usava jeans e camisa gola pólo branca; era alto, usava óculos escuros e tinha uma tatuagem na mão esquerda...

 

14.2. TEXTO NARRATIVO

A narração consiste em relata uma seqüência de fatos reais ou imaginários nos quais os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa. O texto narrativo é baseado em ação de personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.

 

14.2.1. NARRADOR ONISCIENTE

É aquele que mostra conhecer o psicológico das personagens (emoções, pensamentos e sentimentos) e sabe todo acerca do enredo. Narra isso ao leitor/ouvinte na 3ª pessoa.

A narração onisciente é feita em 3ª pessoa; o narrador está fora do enredo mas mesmo assim, sabe de tudo.

Exemplos:

1) Alencar sabia que, por traz do rosto sisudo de Marcela, havia um coração puro, propenso a pagar a dívida ao auditor, e o faria no dia seguinte.

2) Marília viu seu pai se trancar no quarto, onde ele, finalmente, abriu a misteriosa mala...

 ⇒ Como alguém pode saber o que se passa no coração de outra pessoa? Ou como pode saber o que alguém faz dentro de um quarto fechado? Somente sendo onisciente.

 

14.2.2. NARRADOR OBSERVADOR

Narra, em 3ª pessoa, apenas o que está ao alcance de suas vistas. Não tenta passar para o leito/ouvinte nem as emoções, nem os sentimentos, nem os pensamentos das personagens porque ele não os conhece.

Exemplos:

1) Então Alencar viu quando Marcela pegou seu talão de cheques...

2) (1 Sm 31.3-5). “Agravou-se a peleja contra Saul; os flecheiros o avistaram, e ele muitos os temeu. Então disse Saul ao seu escudeiro: arranca a tua espada e atravessa-me com ela, para que, porventura, não venham estes incircuncisos, e me traspassem, e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não o quis, porque temia muito; então Saul tomou da espada e se lançou sobre ela. Vendo, pois o seu escudeiro que Saul já era morto, também se lançou sobre a sua espada e morreu com ele.”

 

14.2.3. NARRADOR PERSONAGEM

            Narra uma história ou um acontecimento em 1ª pessoa. Conta uma história da qual é personagem principal ou protagonista.

            Assim como no narrador onisciente, o narrador personagem também sabe tudo acerca dos seus sentimentos, pensamentos e emoções (afinal, fala de si mesmo) e passará isso para o leitor com maior ou menor intensidade.

            O narrador personagem conta um ocorrido em 1ª pessoa (afinal, ele conta de si mesmo e, portanto, diz “eu”). Esta é a diferença do narrador personagem para o onisciente.

Exemplos.

1) Então, puxei Marcela pelo braço e a impedi de cometer tal loucura...

2) “Dito isto, expirei às 2 horas da tarde de uma sexta-feira do mês da agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi” (Memórias Póstumas de Brás cubas).

 

14.3. TEXTO DISSERTATIVO

O texto dissertativo analisa e interpreta a realidade a partir de conceitos abstratos (científicos, filosófico, religiosos, etc) e pode adotar duas caracterizações mais gerais: uma centrada no sujeito que expressa determinada opinião - subjetiva; e outra centrada na própria opinião e em sua fundamentação - objetiva.

 

14.4. ARGUMENTATIVO

O texto argumentativo visa persuadir e convencer o leitor. Na argumentação, o autor expõe uma idéia ou ponto de vista e tenta, por palavras, convencer o leitor a aceitá-la. Para tanto, ele lança mão de recursos argumentativos a fim de mostrar que a sua proposta é, de fato, convincente.

Num texto argumentativo, distinguem-se três componentes: a tese, os argumentos e as estratégias argumentativas.

Tese (ou proposição) é a idéia defendida, que é necessariamente polêmica, pois a argumentação pressupõe divergência de opinião;

Os argumentos de um texto são facilmente localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta “por quê”?

Um locutor é favorável à descriminalização da maconha (= tese).

Por que?

A resposta são seus argumentos: Eu sou a favor da descriminalização da maconha porque...

Estratégias argumentativas são todos os recursos (verbais e não-verbais) utilizados para envolver, impressionar e convencer o leitor/ouvinte.

 

14.4.1. ALGUNS TIPOS DE ARGUMENTO

1. de autoridade: base em argumentos bem estruturados; fazem referências a Deus, Jesus, leis, etc.

2. baseado no consenso;

3. baseado em provas concretas;

4. baseado no raciocínio lógico;

5. da competência lingüística: uso da linguagem como fator de distinção.

 

Exemplo:

1) “Eu como muito azeite misturado à comida porque os cientistas descobriram que ele ajuda no combate ao colesterol. (argumento de autoridade)”.

2) “Eu vou conseguir, você vai ver: afinal na Bíblia diz “esforça-te que eu te ajudarei”“.

3) Nem você nem ninguém pode impedir o meu direito de “ir e vir”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ATIVIDADES

 

TEXTO 1

BRINQUEDINHOS SEXUAIS

Jolie e Pitt vão a sex shop para engravidar, diz revista

E o assunto outra vez é Angelina Jolie, 32, e Brad Pitt, 43. Segundo a edição desta semana da revista “Life and Style”, a ida da dupla a um sex shop londrino, na semana passada, vai muito além do já notório fogo sexual de Jolie. De acordo com a publicação, os apetrechos sexuais foram adquiridos pela dupla por uma única razão: a atriz quer engravidar o mais rápido possível.

(http://www.globo.com, em 03/12/07, às 21h18min)

A manchete do texto acima traz um problema de unidade semântica. Localize-o e reescreva o texto desfazendo esse problema.

 

TEXTO 2

Fico Assim Sem Você (Claudinho e Buchecha)

Avião sem asa, fogueira sem brasa. Sou eu assim sem você.

Futebol sem bola, Piu-piu sem Frajola. Sou eu assim sem você

Porque que é que tem que ser assim? Se o meu desejo não tem fim.

Eu te quero a todo instante. Nem mil auto-falantes Vão poder falar por mim

Amor sem beijinho, Buchecha sem Claudinho. Sou eu assim sem você.

Circo sem palhaço, namoro sem amasso, sou eu assim sem você.

Tô louca pra te ver chegar. Tô louca pra te ter nas mãos. Deitar no teu abraço

Retomar o pedaço que falta no meu coração.

Eu não existo longe de você e a solidão é o meu pior castigo

Eu conto as horas pra poder te ver, mas o relógio tá de mal comigo.

Por quê? Por quê?

Neném sem chupeta, Romeu sem Julieta. Sou eu assim sem você.

Carro sem estrada, queijo sem goiabada. Sou eu assim sem você.

Porque que é que tem que ser assim? Se o meu desejo não tem fim.

Eu te quero a todo instante, nem mil auto-falantes vão poder falar por mim.

Eu não existo longe de você. E a solidão é o meu pior castigo.

Eu conto as horas pra poder te ver mas o relógio tá de mal comigo (2x)

A partir de seus conhecimentos de mundo e lingüístico, responda:

a. Para o entendimento do que se quer dizer na música acima, os versos Avião sem asa, fogueira sem brasa. Sou eu assim sem você” e “Circo sem palhaço, namoro sem amasso, sou eu assim sem você.” podem ser lidos literalmente? Comente.

b. analise os versos “Eu conto as horas pra poder te ver, mas o relógio tá de mal comigo” e diga o que eles querem dizer.

c. Nos versos Tô louca pra te ver chegar.” e “Tô louca pra te ter nas mãos.” constatamos a presença de oralidade na escrita. Por se tratar de uma música em que o eu-lírico assume uma postura confessional, a oralidade em questão é aceitável. Reescreva os versos acima na modalidade culta formal.

 

TEXTO 3

Conversa de criança:

- Eu nasci nessa casa

- E eu nasci no hospital!

- Por quê, você estava doente?

 

a. qual é o conhecimento que resgatamos para entender o humor dessa piada?

b. a substituição do demonstrativo “nessa” por “nesta” alteraria o sentido e o humor do texto?

c. de acordo com as regras gramaticais do português, quando se deve usar cada um dos demonstrativos citados no item anterior?

 

TEXTO 4

“Amanhã, super-queima de estofados na Casa Bahia.”

a) A manchete em questão é uma frase nominal ou verbal?

b) Uma leitura literal da frase acima, distorce o entendimento do anúncio. Por quê?

c) Reescreva a frase desfazendo a sua ambigüidade.

 

TEXTO 5

“Não deixe a preocupação acabar com você. Deixe que a igreja ajude.”

a. O que é dito literalmente corresponde à interpretação que se faz do texto?

b. Reescreva a frase eliminando a ambigüidade.

 

 

 

 

TEXTO 6

“Quinta-feira, às 05:00, haverá reunião do Clube das Jovens Mamães. Todas aquelas que quiserem se tornar uma Jovem Mamãe devem contatar padre Cavalcante em seu escritório.”

A partir dos seus conhecimentos de mundo e lingüístico responda:

a. qual é a ambigüidade desse texto?

b. Reescreva a frase desfazendo a ambigüidade.

 

TEXTO 7

“Para todos aqueles que tem filhos e não sabem, nós temos uma creche em pleno funcionamento.”

a. o que está literalmente escrito?

b. o que o texto quer dizer?

c. Reescrever a frase eliminando a ambigüidade.

 

TEXTO 8

“Uma árvore, com cerca de 35 m de altura, ameaça cair a qualquer momento (...)

A árvore, de grande porte, é do tipo Cambú e está muito próxima à rede de iluminação pública e das residências.

“O perigo são as crianças que brincam no local”, diz Sérgio Marcotti, presidente da Associação do Bairro.

a. Localizar a ambigüidade

d. Reescreva a frase eliminando-a.

 

TEXTO 9

“Promotor usa informática para reproduzir homicídios, anunciou o Estadão, em título de 3 colunas.”

A manchete acima apresenta problema de ambigüidade. Reescreva-a eliminando essa ambigüidade.

 

TEXTO 10

Ministério da Saúde calcula que em janeiro já poderá deflagrar o Programa Emergencial de Saúde para os Ianomâmis, em Roraima. Até lá os mosquitos transmissores da malária estão proibidos de picar os índios”. (Folha de SP)

a. usando os conhecimentos lingüístico e de mundo diga que tipo de efeito de sentido é evidenciado no texto acima?

 

TEXTO 11

Produção de texto argumentativo. Dinâmica de grupo.

Tema 1: Casamento entre homossexuais. Você é a favor ou contra?

Na semana passada a cantora assumida lésbica k.d. lang declarou à revista gay Advocate que é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Segundo ela o casamento é uma tradição heterossexual, que não tem nada a ver com o estilo e a cultura que o gay tem. Ela acredita que gays e lésbicas precisam inventar sua própria maneira de "juntar os trapinhos", sem ter que depender das leis e dos costumes da sociedade. Além disso, k.d. acredita que é preciso ser discreto e manter a privacidade desse tipo de assunto, mesmo quando a pessoa assume sua sexualidade.

Três dias depois, o colunista gay da PlanetOut, Rex Wockner, escreveu um artigo em que discordava de algumas das opiniões da cantora. Wockner diz que que não é por causa do nome "casamento" que os gays não terão direito de se unirem perante a lei. Pelo menos no caso dos Estados Unidos, basta um país europeu aprovar uma nova lei que o país acompanha. Mas uma coisa que o jornalista concorda é que os gays não precisam seguir a maneira hetero de viver. "A vida gay é muito mais interessante que a hetero", escreve Wockner em seu artigo. "Observando deste modo, concordo que devemos ter nossas próprias 'regras' culturais", completa.

(http://glsplanet.terra.com.br/especial/casamento.htm 28/06/00,

capturado em 25/02/2008)

 

TEXTO 12

Atividade: Produção de texto argumentativo: Dinâmica de grupo.

Aborto: Você é a favor ou contra?

 

>>> Defensor do aborto, da eutanásia e dos direitos dos animais, Singer é um dos bioeticistas mais polêmicos do planeta.

Herton Escobar escreve para “O Estado de SP

Eis a entrevista com Peter Singer:

- Há um projeto de lei no Congresso brasileiro que visa a descriminalizar o aborto, hoje permitido apenas em casos de estupro e risco de vida para a mãe. Qual a posição do senhor sobre isso?

- Eu sou a favor de que as mulheres possam fazer abortos quando desejarem. Especialmente se o aborto for feito quando o feto ainda é incapaz de sentir dor. Minha preocupação maior é com a dor e o sofrimento. Até 20 semanas de gestação, quando ocorre a maioria dos abortos, o feto não está nem mesmo consciente, por isso não acredito que tenha direito à vida. Por essa razão, eu permitiria às mulheres escolher se querem fazer um aborto até esse período. Após 20 semanas, eu ainda não seria completamente contrário, mas seria mais flexível à adoção de restrições.

- O que o senhor está dizendo certamente vai deixar muita gente indignada. Imagino que deva receber muitas críticas por isso.

- O conceito geral é o de que se você é um ser humano, você automaticamente tem direito à vida. Esse é um dos problemas com o debate do aborto: as pessoas que são contra dizem que o feto é um ser humano e, portanto, tem direito à vida. Eu acho que a primeira parte está correta: o feto é um ser humano. Mas não necessariamente a segunda. Não acho que o simples fato de pertencer a uma espécie seja garantia de direitos morais; acho que você adquire direitos morais pelo indivíduo que você é. Se você não é um ser autoconsciente, não acho que tenha direito à vida. A idéia geral é, muitas vezes, religiosa: as pessoas acreditam que o ser humano possui uma alma e que o homem é feito à imagem de Deus ou coisa desse tipo. Acho que muitas das pessoas que criticam minhas opiniões são contra o aborto por questões religiosas, mesmo que não usem esse argumento explicitamente.

- O mesmo conceito se aplicaria a um embrião humano?

- Certamente (...)

 (http://www.medio.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=889&Itemid=39,

capturado em 25/02/2008)

 

 

>>> Carta de Brasília contra a legalização do aborto – Por Rev João D’Eça

Os membros e representantes da: Frente Parlamentar da Família e Apoio a Vida [...]e ainda, de diversas entidades da sociedade civil, [...]apresentando posição contrária à legalização do aborto no Brasil, considerando que:

- aborto é ato de extermínio de uma vida humana, visto que a ciência declara que ela tem início com a fecundação, o que o faz como fato científico, não podendo ser questionada pela fé, religião, filosofia, ou qualquer outro segmento;

- que o aborto é uma clara violação à vontade de Deus, revelada nas Escrituras Sagradas, nos mandamentos escritos do "Não Matarás" e do "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".

- que a livre interrupção da gravidez é uma afronta à Declaração Universal dos Direitos do Homem que define que "todo o indivíduo tem direito à vida" (artigo 3º) e a Constituição Brasileira que tem como cláusula pétrea, o seu artigo 5º, definindo como garantia fundamental a inviolabilidade do direito à vida; bem como o artigo 4° do Pacto de São José da Costa Rica, do qual o Brasil é país signatário, portanto, com força constitucional;

...

- que o aborto é um atentado contra a saúde física, mental, emocional e espiritual da mulher; - no aborto, há pelo menos quatro vítimas: a criança, a mulher, a família e a sociedade;

...

- por fim, que o povo brasileiro tem se expressado, em sua esmagadora maioria, contrário ao aborto, conforme bem o comprova a última pesquisa Ibope, realizada em março de 2005, em que 97% se posiciona contrário à legalização do aborto.

(http://joaodeca.blogspot.com/2007/05/carta-de-braslia-contra-legalizao-do.html, 10/05/2007, capturado em 25/02/2008)

 

 

TEXTO 13

- Diga qual(is) é(são) as funções da linguagem predominantes no texto a seguir:

 

Barrichello: 'Estou extremamente frustrado'

GLOBOESPORTE.COM No Rio de Janeiro

Brasileiro sofre problemas de estabilidade nos freios durante treinos livres de sexta-feira.

Rubens Barrichello admitiu estar extremamente frustrado com o péssimo início no fim de semana do GP da Malásia (...)

- Simplesmente tivemos um dia muito ruim. Terminar os treinos onde estou é horrível. Estou extremamente frustrado com o desempenho do carro. Não conseguimos melhorar a estabilidade dos freios.

(www.globo.com. 06/04/2007 - 16h42)

 

TEXTO 14

- Diga qual(is) é(são) as funções da linguagem predominantes no texto a seguir:

 

Epitáfio (Titãs)

Devia ter amado mais ter chorado mais. Ter visto o sol nascer.

Devia ter arriscado mais. Até errado mais. Ter feito o que eu queria fazer.

Queria ter aceitado as pessoas como elas são.

Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração.

O acaso vai me proteger. Enquanto eu andar distraído

O acaso vai me proteger. Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos. Trabalhado menos. Ter visto o sol se pôr

Devia ter me importado menos. Com problemas pequenos. Ter morrido de amor

Queria ter aceitado a vida como ela é.

A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier.

O acaso vai me proteger. Enquanto eu andar distraído.

O acaso vai me proteger. Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos. Trabalhado menos. Ter visto o sol se pôr

 

 

TEXTO 15

- Diga qual(is) é(são) as funções da linguagem predominantes no texto a seguir:

 

Reclamações, Elogios ou Sugestões

Se você tem Reclamações, Elogios ou Sugestões em relação aos produtos e serviços da CAIXA, a Ouvidoria está pronta para recebê-los. Preencha o formulário abaixo e ajude-nos a fazer uma CAIXA cada vez melhor para você.

Se preferir contato por telefone, a Central de Ouvidoria CAIXA funciona de segunda à sexta-feira no horário de 7:00 às 20:00 h pelo 0800 574 7474.

(www.caixa.com.br 06/04/2007 – 18h03)

 

 

 

 

TEXTO 16

- Diga qual(is) é(são) as funções da linguagem predominantes no texto a seguir:

 

Infraero aponta atraso em 7,7% dos vôos

Do G1, em São Paulo.

Balanço parcial da estatal analisou os vôos até as 10h. Apesar dos atrasos, situação é considerada tranqüila nos aeroportos.

Balanço divulgado pela Infraero na manhã desta Sexta-feira Santa (6), aponta que entre meia noite e 10h de hoje 7,7% (45) dos 581 vôos da rede estão atrasados em mais de uma hora e 5% (29) dos vôos foram cancelados. A Infraero é a empresa estatal que administra todos os aeroportos do país.

Movimento tranqüilo

Apesar dos atrasos, o feriado da Sexta-feira Santa começou tranqüilo em todos os aeroportos do país, com o movimento de passageiros intenso, mas dentro do esperado pela Infraero.

(www.globo.com. 06/04/2007 16h18)

 

 

TEXTO 17

- Diga qual(is) é(são) as funções da linguagem predominantes no texto a seguir:

 

Aquecimento será devastador para Terra, indica relatório

Uma conferência internacional sobre o aquecimento global aprovou hoje um relatório final advertindo que haverá devastadoras conseqüências para a Terra e para a humanidade - do aumento da fome à extinção de espécies - caso o mundo não aja imediatamente para conter a emissão de gases causadores do efeito estufa.

Entre os desastres mais notáveis está o fim da floresta Amazônica e, em seu lugar, o surgimento de uma savana. Isso ocorreria devido a uma alteração nos regimes de chuva, que passariam a cair em menor volume e, com isso, devastariam entre 30% a 60% da floresta até o ano de 2080.

 

TEXTO 18

- Diga qual(is) é(são) as funções da linguagem predominantes no texto a seguir:

 

Controladores de vôo pedem perdão

Apagão aéreo

AAssociação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo (ABCTA) divulgou uma nota ontem negando que os controladores tenham a intenção de paralisar as atividades no feriadão de Páscoa. A categoria diz que 'espera recuperar, junto à sociedade brasileira, sua confiança e prestígio'. Na nota, assinada pelo presidente da entidade, Wellington Rodrigues, os controladores reafirmam sua confiança e respeito 'ao governo federal, ao Comando da Aeronáutica e, principalmente às bases do militarismo: hierarquia e disciplina'

Os controladores pedem 'perdão à sociedade e paz para executar com maestria nosso trabalho', garantindo que a ABCTA 'não medirá esforços para reconstruir a imagem de seus representados assim como lutar pela dignidade desejando paz nos céus e feliz Páscoa a todos.

(www.orm.com.br/oliberal/ 06/04/2007 - 18h44)

 

TEXTO 19

- Diga qual(is) é(são) as funções da linguagem predominantes no texto a seguir:

 

“Por estar sujeita às circunstâncias do momento, às instabilidades psicológicas, as flutuações do sentido, a língua em grande medida é opaca, não é transparente. Isso faz da prática da interpretação uma atividade fundamental da vida humana, da interação social.”

(Marcos Bagno – A Norma Oculta)

 

TEXTO 20

- Diga qual(is) é(são) as funções da linguagem predominantes no texto a seguir:

 

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico um brado retumbante. E o sol da liberdade em raios fulgidos brilhou no céu da pátria nesse instante”

(Hino Nacional)

 

TEXTO 21

- Diga qual(is) é(são) as funções da linguagem predominantes no texto a seguir:

 

‘Eu confio em que tudo vai dar certo’, diz Henry Sobel

Internado há uma semana, rabino deve ter alta neste sábado (7)

Ele foi hospitalizado em SP após notícia de detenção nos EUA por furto.

Carolina Iskandarian Do G1, em São Paulo

Após oito dias internado, o rabino Henry Sobel confirmou que deve sair do Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital, neste sábado (7) e disse que pretende reassumir suas funções na Congregação Israelita Paulista (CIP). “Vou receber alta hoje (sábado). Estou bem e está tudo sob controle”, disse ao G1, por telefone. Por meio da assessoria de imprensa, o hospital ainda não confirmou a saída do rabino.

(www.globo.com 07/04/2007 - 14h46)

 

TEXTO 22

- Diga qual(is) é(são) as funções da linguagem predominantes no texto a seguir:

 

Formas nominais do verbo – Assim se chamam o infinitivo, particípio e o gerúndio, porque, ao lado de seu valor verbal, podem desempenhar função de nomes. O infinitivo pode ter função de substantivo (recordar é viver = a recordação é vida); o particípio pode valer por um adjetivo (homem sabido) e o gerúndio por um advérbio ou adjetivo (amanhecendo, sairemos = logo pela manhã sairemos; água fervendo = água fervente)”...

(BECHARA, 2002. p. 224)

 

TEXTO 23

Este ano a chuva não foi abundante, mas as colheitas foram boas.

a. que efeito de sentido é obtido pelo termo destacado na frase?

b. a que classe de palavra o termo destacado pertence?

TEXTO 24

Estudei muito para a prova e não fui aprovado.

a. que tipo de efeito de sentido é obtido pelo termo destacado?

b. a que classe de palavra o termo destacado pertence?

 

TEXTO 25

Ele, um executivo bem sucedido. Homem culto, casado. Dois filhos.

Ela, sua secretária bilíngüe, recém formada, trabalhando pra ele há dois meses.

            E chega o dia 18 de maio. Como sempre, ela chega antes dele. Atualiza sua agenda para o dia.

            Abruptamente a porta se abre, ele entra falando ao telefone, ânimo agitado, dois sócios o acompanham. A pasta executiva, de couro legítimo, na outra mão. De relance olha para ela que, sem pensar duas vezes, lhe diz:

– “Doutor, hoje é aniversário de sua esposa.”

            Ele, entretido ao telefone, abrindo a porta de sua sala com o ombro diz:

– “Faz um telegrama amoroso pra mim e manda lá pra casa.”

            Sua fisionomia mudou. Pálida. Hesita por alguns instantes, mas cumpriu o pedido de seu patrão.

            Operações de investimento na bolsa, exportações e negócios realizados. Já é noite. Sua esposa já dorme. Lembra-se que é o dia do aniversário dela...

            Olha para a mesa e vê um telegrama. Ele é o destinatário.

Abre e fica perplexo ao ler:

– “Querido patrão. Amo-te desde o momento em que o senhor me mandou escrever este telegrama e enviá-lo para você. Com carinho, sua secretária”

a. o desfecho do texto é inusitado. Por quê?

b. destaque a parte do texto que desencadeia a ambigüidade. Em seguida, reescreva-a eliminando essa ambigüidade.

 

TEXTO 26

Qual é o pressuposto que permite o entendimento da frase:

- Romário é indisciplinado, mas é um craque.

 

 

 

TEXTO 27

“Festival de facadas no PSM” (Diário do Pará, 19/04/2005. polícia, p.2)

a. a leitura literal expressa o que o anúncio quer realmente dizer?

b. usando seus conhecimentos de mundo e lingüístico, diga qual mensagem o texto quer comunicar.

 

TEXTO 28

Sapato Velho (Roupa Nova)

Você lembra, lembra Naquele tempo Eu tinha estrelas nos olhos Um jeito de herói Era mais forte e veloz Que qualquer mocinho de cowboy

Você lembra, lembra Eu costumava andar Bem mais de mil léguas Pra poder buscar Flores de maio azuis E os seus cabelos enfeitar.

Água da fonte Cansei de beber Pra não envelhecer Como quisesse Roubar da manhã Um lindo por de sol Hoje, não colho mais As flores de maio Nem sou mais veloz Como os heróis.

É talvez eu seja simplesmente Como um sapato velho Mas ainda sirvo Se você quiser Basta você me calçar Que eu aqueço o frio Dos seus pés

a. Qual é a temática do texto?

b. qual é a função da linguagem predominante?

 

TEXTO 29

Analise o texto e responda:

“Então o Senhor disse a serpente: porquanto fizeste isso, [...] porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. (Gênesis 3.14-15)

a. a quem se refere o verbo “fizeste”?

b. diga a quem se referem os termos em destaque.

 

TEXTO 30

“O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou tirrim-tirrim. A mocinha, filha dele, dezoito, vinte, vinte e dois anos, sei lá, veio lá de dentro, atendeu: ‘Alô. Dois quatro sete um dois cinco quatro. Mauro!!! Puxa, onde é que você andou? Há quanto tempo! Que coisa! Pensei que tinha morrido! Sumiu! Diz! Não!?! É mesmo? Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem ou mulher? Ah! Que bom!... Vem logo. Não vou sair não.’ Desligou o telefone. O pai perguntou: “Mauro teve um filho? A mocinha respondeu: ‘Não. Casou’.”

(O evento. Millôr Fernandes)

Usando seus conhecimentos de mundo e lingüístico, analise o texto acima e diga o que faz esse texto ser considerado humorístico.

 

TEXTO 31

“Por ser um programa de auditório, apresentado quase sempre à noite, a qualidade de som nem sempre é a melhor, mas é compensada pela importância do tema abordado.”

a. O texto apresenta um problema de pressuposto. Reescreva o texto desfazendo esse problema.

 

TEXTO 32

“Na semana de 12 a 18 de junho, o trabalho evangelístico será realizado na congregação esperança no Tche Guevara”. (Anúncio de um boletim informativo de uma igreja evangélica de Belém)

a. que tipo de problema o texto lido apresenta?

b. reescreva-o desfazendo esse problema.

 

TEXTO 33

... Serão condecoradas as seguintes personalidades com a Medalha do Mérito Militar:

- O Sr. Cel do Exército da Reserva José da Silva;

(...)

a. que tipo de problema o texto lido apresenta?

b. reescreva-o desfazendo esse problema.

 

TEXTO 34

... “Os equipamentos para içar os destroços que pesam 15 toneladas chegaram ontem” (Jornal da Record 11 Out 06 – 19h50 – referência ao acidente aéreo com avião da Gol e o Leader)

a. que tipo de problema o texto lido apresenta?

b. reescreva-o desfazendo esse problema.

 

TEXTO 35

- Respostas idiotas podem tornar      tolas perguntas inteligentes.

O texto lido é ambíguo. Analise-o e aponte as duas possibilidades de entendimento que ele apresenta.

TEXTO 36

“Seleção joga contra adversário sem 5 titulares”

O texto lido é ambíguo. Analise-o e:

a) diga quais são as duas possibilidades de entendimento que ele apresenta.

b) partindo de uma dessas possibilidades, reescreva-o desfazendo a ambiquidade.

 

TEXTO 37

“Ana Paula Arósio se acaba com a bateria da Mangueira”. (www.globo.com, em 08/01/07)

a. a expressão “se acaba” deve ser lida de maneira literal? Comente.

b. se a partícula “se” for retirada, a frase sofrerá alteração? Comente.

c. reescreva a frase substituindo o termo em destaque. Preserve o seu sentido original.

 

TEXTO 38

O texto a seguir teve seus parágrafos suprimidos. Reestruture-o separando seus parágrafos.

"Optei pelo curso de Teologia, primeiramente, para me encontrar, e também para seguir carreira acadêmica na área. O curso superou minhas expectativas, já que eu pensava que seria parecido com o seminário, mas não tem nada a ver. Nós nos aprofundamos muito mais nos estudos de Arqueologia, Exegese, Hebraico, Grego etc. As aulas são bastante teóricas, não tenho nenhuma aula prática. O curso nos possibilita aprender bastante sobre civilizações antigas, e para quem gosta de História, esse pode ser um ponto positivo. Para mim, um dos pontos negativos é que o curso é voltado ao pastorado, e eu pretendo seguir carreira acadêmica. Não fiz nenhum estágio em Teologia, mas desenvolvo pesquisa na área de Educação Teológica para Surdos. Depois de formada, pretendo fazer pós-graduação e seguir na vida acadêmica".

(Jéssica Fernandes Miranda, 21 anos - aluna do 6º período de

Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie)

 

TEXTO 39

O texto a seguir teve seus parágrafos suprimidos. Reestruture-o separando seus parágrafos.

Olá! Tudo bem?

Você sabia que há palavras que são “coringas”? São palavras que substituem muitas outras. Isso caracteriza pobreza vocabular e torna a frase muito imprecisa. E isso é perigoso porque podemos dar várias interpretações. Sem dúvida alguma, a pior de todas é a palavra COISA. Freqüentemente ouvimos alguém dizendo: "Agora a coisa ficou preta". O mais intrigante é o uso da palavra COISA. Que coisa maravilhosa! COISA é uma palavra sensacional: substitui qualquer coisa e não diz coisa alguma. É a palavra de sentido mais amplo que conheço. Faltou sinônimo, lá vai a coisa. Coisa é uma palavra tão versátil que já virou até verbo: "Eles estão coisando". Lá sabe Deus o que eles estão fazendo! Coisa é um substantivo, mas é capaz de ser usado no grau superlativo absoluto sintético, como se fosse adjetivo: "Não fiz coisíssima nenhuma". Por tudo isso, é inadequado o uso da palavra coisa em textos mais cuidadosos e formais. Essa análise me faz lembrar a história de um fiscal da carteira hipotecária de um grande banco no interior do Paraná. Certo fazendeiro fez um empréstimo no banco, hipotecou a fazenda e, um mês depois, morreu. O banco, preocupado, mandou o tal fiscal à fazenda. Lá chegando, ficou feliz ao ver que tudo corria bem. A viúva trabalhava duro, o dinheiro investido já trazia lucros para a fazenda e o pagamento da hipoteca estava garantido. Ao retornar à sua cidade, o fiscal não teve dúvida e escreveu no relatório que enviou ao seu chefe: "O fazendeiro morreu, mas o banco pode ficar tranqüilo porque a viúva mantém a coisa em pleno funcionamento". Lá sabe Deus que coisa é essa!?

(www.globo.com.vestibular/dicas de Português, em 26/01/07)

 

TEXTO 40

O texto a seguir teve seus parágrafos suprimidos. Reestruture-o separando seus parágrafos.

História: graduação em que o magistério é a estrela principal

Para muitos, lidar com o passado é apenas um exercício de memória. Para outros, é uma questão profissional. Afinal, estudar o que já aconteceu é o objetivo de todo historiador. "Apesar do foco da maioria das graduações de História ser voltado para a licenciatura e para o exercício do magistério, existem outras atividades em que o historiador pode atuar, como na área de pesquisa, consultor de TV, cinema e teatro, memorialista empresarial, entre outras", afirma o coordenador de História da Universidade Veiga de Almeida (unidade Tijuca), Paulo Sérgio Miranda Alves. Mesmo com a expansão, a maior preocupação do recém-formado é com o concurso público, que gera uma garantia de emprego. "Nossos alunos terminam o curso e procuram fazer, imediatamente, um concurso para dar aulas em escolas da rede municipal e estadual. Mesmo com tantas oportunidades fora das salas de aula, o sonho da maioria dos graduados é exercer o magistério", explica o coordenador. O professor ainda dá dicas aos estudantes que pretendem ingressar na graduação de História. "Antes de escolher a profissão, é preciso refletir sobre o papel do educador. O professor é um profissional dedicado e que muitas vezes tem dificuldades para manter a qualidade de suas aulas. Os estudantes que ingressam na faculdade devem ter a consciência da realidade do mundo de hoje. Para ser professor é preciso ter amor a essa carreira, para que cada barreira encontrada seja superada. Acredito que esta seja uma das poucas carreiras que resistiram à falência moral", conclui.

(Folha Dirigida, vestibularcaderno do vestibular oteiro das profissões

09/08/2006, porJoana Martins – com adaptações)

 

TEXTO 41

O texto a seguir teve seus parágrafos suprimidos. Reestruture-o separando seus parágrafos.

"Iniciei o curso de Teologia, pois é meu desejo assumir a vida sacerdotal (ser padre) e o curso de Teologia é uma das etapas do processo formativo do candidato ao sacerdócio. Este curso possibilita ao estudante passar de uma fé mais espontânea para uma fé mais crítica, situar-se no contexto histórico e eclesial, além do estudo da Sagrada Escritura. Em todas as disciplinas, os professores têm procurado nos incentivar a reflexão teológica. Trazem-nos o que há de mais novo na área teológica e nos motivam ao aprofundamento e à pesquisa teológica. Já fiz estágio em várias paróquias. Atualmente, estou na Paróquia Santo Antônio de Pádua, na Diocese de Guarulhos. O meu reforço nos estudos teológicos não visam a uma questão financeira ou a um posicionamento no mercado de trabalho, pois sou voluntário e missionário da Igreja. Não sou funcionário, mas alguém que se prepara para assumir a sua vocação da Igreja".

(Edson Roberto dos Santos, 26 anos - aluno do 3º ano da Pontifícia

Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção)

 

TEXTO 42

O texto a seguir teve seus parágrafos suprimidos. Reestruture-o separando seus parágrafos.

A MAIOR BRONCA QUE JÁ LEVEI

Tínhamos uma aula de Fisiologia na escola de medicina logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio. Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu? Que nada. Com um certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa. Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei. Veja o que ele disse: - "Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez", disse, levantando a voz, e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou. - "Desde que comecei a lecionar, isso já faz muitos anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil. O interessante é que esta porcentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais. É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranqüilo sabendo ter investido nos melhores. Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje". Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia durante todo o semestre; afinal quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto? Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo pertencemos. Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos, se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente sobraremos na turma do resto. "A alegria faz bem à saúde; estar sempre triste é morrer aos poucos".

(Internet)

 

TEXTO 43

a) O texto a seguir teve seus parágrafos suprimidos. Reestruture-o separando seus parágrafos.

DEPUTADA PEDE RETRATAÇÃO DE CLODOVIL POR COMENTÁRIO

A deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) vai acionar a Corregedoria da Câmara dos Deputados para que o estilista e deputado federal eleito Clodovil Hernandez (PTC-SP) se retrate sobre o que falou dos analfabetos assim que assuma o mandato, no dia 1º de fevereiro. Em entrevista a revista "Flash" disse: "não posso respeitar um analfabeto. Ele não poderia ser nem vereador", em referência ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. "O que ele disse (Clodovil) é um absurdo. Ele tem todo o direito de fazer oposição ao presidente, a quem quiser, mas não desrespeitar os analfabetos, pelos quais deveria trabalhar como parlamentar", diz a deputada. Não é a primeira vez que as declarações de Clodovil provocam polêmica. Logo após a eleição, o ex-apresentador de TV disse, em entrevista ao G1, que só aceitaria uma proposta de "mensalão" se o valor fosse grande. A declaração foi criticada pelo presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP). Em outubro, o deputado eleito precisou se retratar após afirmar que o Holocausto havia sido manipulado pelos judeus. Em novembro, o costureiro foi condenado a pagar indenização de R$ 35 mil por ter dito que uma promotora de justiça praticava "atos imorais" e desviava dinheiro público.

b) desfaça a ambigüidade existente no título dessa mensagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ANDRÉ, Hildebrando A. de. Curso de redação. São Paulo: Editora Moderna, 1998.

CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em Construção: a escritura do texto. São paulo: Editora Moderna, 1993.

FIORIN, J. L. e SAVIOLI, F.P. Para entender o texto – leitura e redação. SP: Ática, 2003.

ILARI, R & GERALDI, J.W. Semântica. SP: Ática, 2006.

INFANTE, Ulisses. Textos: leituras e escrita; literatura, língua e redação. São Paulo: Scipione, 2000. Vol. 2.

KOCH, I.G.V. A coesão textual. 19ª ed. SP: Contexto, 2004.

KOCH, I.G.V. & TRAVAGLIA, L.C. Introdução à lingüística textual. SP: Martins Fontes, 2004.

PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto. SP, Ática, 2006.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6ª ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

VAL, M da Graça In AZEREDO, J. C de (org). Petrópolis: Vozes, 2000.

VIANA. Antonio Carlos (coord.) et all. Roteiro de redação: lendo e argumentando. São Paulo: Scipione, 1998.